Texto: Fábio Merlino
Quando falamos em graves, podemos ter várias formas de uso dos graves. Como podemos considerar graves as frequências que vão de 20 Hz a 100 Hz, temos uma gama razoável de frequências para trabalhar e ter efeitos diferentes dentro de um veículo. Como assim?
Um exemplo: as caixas de competição. Nestas caixas, a prioridade é o rendimento. Temos de tirar tudo o que o alto-falante e o amplificador podem dar de forma a atingir o máximo grau de SPL dentro do veículo. Nestas caixas, os graves são programados para ter picos de resposta que coincidem com a ressonância interna da cabine do veículo. Assim, esta frequência gira em torno de 53 Hz a 80 Hz, dependendo da categoria e veículo utilizado.
Uso cotidiano
Já para uso cotidiano, mais universal, as caixas de graves para sonorização interna, que não têm o objetivo de uso competitivo, soam diferentes, pois agora elas têm de reproduzir música, não tons puros como nas competições. Neste caso, a faixa de frequência a ser utilizada se altera, e vai de 40 Hz a 80 Hz. O pico de resposta pode variar, conforme o alto-falante utilizado, de 45 Hz a 65 Hz.
Em caixas de graves de uso universal, o que vale é a musicalidade e o rendimento mediano do alto-falante utilizado. Mas o principal é que a resposta da caixa seja mais eclética em relação às músicas preferidas pelo usuário do sistema.
Já as caixas de graves de baixas frequências diferem um pouco das duas caixas citadas acima. Neste caso, tenta-se retirar o máximo do alto-falante, porém na faixa de freqüência mais baixa possível, fazendo o conjunto caixa + alto-falante reproduzir frequências muito próximas a 20 Hz. Aqui o problema não é rendimento, pois é baixo de qualquer forma, mas sim o controle da excursão do cone, que detalhamos na edição passada.
Para construir um sistema de graves profundos (baixas frequências) temos necessariamente de ter caixas de grande volume, dutos longos e amplificadores que tenham potência equivalente aos alto-falantes.
Para graves profundos, qualquer tamanho de alto-falante pode ser utilizado. Porém, quanto maior a área de cones, maior será a impressão de graves profundos e mais facilmente se atinge as baixas frequências.
De qualquer forma, quando falamos de caixas de graves profundos, antes de montar e utilizar o sistema é de suma importância a simulação destes sistemas em computador, para se ter uma boa ideia de como os alto-falantes vão se comportar. Assim podemos tirar o máximo deles sem danificá-los com facilidade.
Outro ponto muito importante a ser frisado, quando fazemos um sistema de graves profundos, é que devemos ter em mente que estamos tentando tirar o máximo do alto-falante, no que se refere a baixas frequências. Como estamos tentando, temos de ficar muito atentos ao uso do sistema, pois qualquer deslize fatalmente haverá danos irreversíveis ao alto-falante. Deslizes como:
– baixa de bateria;
– excesso de volume utilizado no CD/DVD player;
– excesso nos ajustes de graves do CD/DVD player ou processador utilizado;
– falhas diversas na instalação, como cabeamento ou aterramento inadequados.
Nos sistema de graves profundos, o sistema de alimentação da (ou das) baterias é fundamental para o bom funcionamento e segurança do sistema.