Anoitece e nosso corpo e cérebro sabem que é hora de adormecer. Ter uma boa noite de sono traz benefícios ao organismo que nenhuma outra atividade é capaz. A responsável por isso é a melatonina, conhecida como hormônio do sono. Ela regula o sono e repara as células, expostas a estresse, poluição e demais danos, durante as horas de descanso.
Porém, quando se deixa de dormir, são muitos os malefícios, sendo essa atitude responsável, inclusive, por acidentes de trânsito. A Perkons ouviu especialistas no assunto para saber quais as recomendações e cuidados que os motoristas devem ter para não correrem riscos ao volante.
“A privação do sono prejudica os sistemas imunológico e hormonal, além de não restabelecer os neurotransmissores, o que traz consequências como falta de concentração, atenção, raciocínio e, consequentemente, diminuição das atividades necessárias para conduzir um veículo”, explica Dirceu Rodrigues Alves Junior, médico e diretor de comunicação da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET). Segundo ele, no Brasil, 60% dos acidentes rodoviários envolvendo motoristas profissionais, portadores das carteiras de habilitação C, D e E, são causados por sono (42%) e fadiga (18%). “Se considerarmos todos os acidentes ocorridos em rodovias, áreas rurais e urbanas, sono e fadiga são a terceira maior causa de acidentes de trânsito no país, ficando atrás apenas do uso de álcool e drogas ao volante (2º lugar) e do excesso de velocidade (1º lugar) ”, revela Dirceu Alves.
Estudos mostram que a relação entre a quantidade de horas dormidas e o tempo que se está dirigindo influencia diretamente na qualidade da condução. Por exemplo, se o condutor dormir cinco horas e meia, a chance de ele causar um acidente de trânsito é 10 vezes maior do que quem dormiu por oito horas. E quanto menos se dorme, mais se aumenta o risco. Se o repouso for de quatro horas e meia, o risco sobe para 12 vezes; quando o descanso é de apenas três horas e meia, o perigo salta para 20 vezes.